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25/10/2013 A Hora do “Gray Power”


2020 se aproxima celeremente e, de acordo com o IBGE, nessa época teremos mais pessoas acima de 40 anos que abaixo de 19. Onde estará aquele país da juventude? Estará no passado, pois certamente o Brasil dessa ocasião terá uma grande parcela de jovens de espírito.

Apesar desta projeção há anos ser do conhecimento de muitos executivos e políticos, a "ficha parece não ter caído". Poucos tiveram a capacidade de fazer abstração e proativamente preparar suas empresas, municípios ou estados, para este futuro próximo. O tempo restante é curto demais.

No campo empresarial, a revolução deverá ser empreendida na comunicação, na abordagem dos clientes e no desenvolvimento dos produtos. Mal as empresas começaram a tatear o novo caminho do Marketing Digital e das Redes Sociais, tentando obter o engajamento, elas vão ter de adicionar a variável do envelhecimento da base dos seus consumidores. Como falar com eles na era dos consumidores sempre conectados? Que modelo seguir? Existe benchmarking?

O processo atual de desenvolvimento de produtos é adequado à próxima realidade? Ou teremos de adicionar mais conveniência e praticidade? O que desejarão os baby boomers, os tios e as tias? Ainda dá tempo de iniciar o aprendizado e fazer da aplicação de tal conhecimento um diferencial competitivo.

Mas, e os colaboradores? Sabendo que a expectativa de vida mudou e que haverá menos mão de obra jovem, as empresas continuarão mandando para casa jovens de espírito, repletos de experiência, simplesmente porque atingiram a marca dos 65 anos?

Não seria hora de alterar norma tão idiota, desperdiçadora de talentos? Quantos CEO's, Diretores, Gerentes, Supervisores, Chefes e Colaboradores, poderiam continuar prestando seus inestimáveis serviços por mais tempo? Não se trata aqui de discutir a questão da previdência, e sim, de falar de pessoas física e mentalmente capazes, desejosas de permanecer contribuindo, e que - devido a um anacronismo - são forçadas a se retirarem do palco laboral.

Talvez devamos começar a propagandear, até mesmo em causa própria, que "the new black is gray". Ou que "gray is beautiful". Salve George Clooney! Salve Luiza Brunet!

No campo do estado, a questão previdenciária - se já não é - se tornará catastrófica. O atual modelo está morto, mas insepulto, e o cheiro e as consequências são insuportáveis. Só não vê quem não quer ou é cego de nascença. A conta não fecha para pagamento dos benefícios dos funcionários públicos, em qualquer nível, municipal, estadual e federal, exponenciados com a adição de todo o Poder Legislativo (políticos) e Judiciário. E este saco não tem fundo.

Com o aumento da expectativa de vida, muito mais funcionários públicos e políticos aposentados, cada vez com rendimentos maiores, viverão muito mais anos. Pela lógica matemática, eles deverão depender de contribuições também cada vez maiores de alguns que estarão na ativa. Essa equação é que precisa ser didaticamente apresentada a todos, para que privilégios absurdos dados no passado sejam drasticamente reduzidos, sob pena de não existir nenhum para todos no futuro.

A redução poderia ser bem menor se fossem retirados da conta os roubos, a má aplicação dos recursos públicos, a aposentadoria de políticos, etc. Mas para isso acontecer será necessária a conscientização e mobilização da população. Ou seja, ao invés de um "black bloc" clamando Fora Cabral! Precisamos de um "gray bloc" pedindo por justiça social.

É hora do "Gray Power".

 

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